Sydney Opera House

Sydney Opera House

E é Natal outra vez



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A árvorezinha depois da passagem do Pai Natal

- Postais enviados - check!
- Presentes comprados - check!
- Sobremesa tropical e nada tradicional no frigorífico - check!
- Bikini e toalha para um mergulho rápido na praia antes dos festejos (se o tempo ajudar) - check!

Tudo a postos para o segundo Natal em terras autralianas! Desta vez reunímo-nos para a consoada em casa de amigos com um grande grupo de portugueses, onde não vão faltar o bacalhau, os doces, a sangria e a boa disposição!
Feliz Natal!



Imagem weit

Demorei uma semana a escrever este post. Escrevia e apagava, faltavam-me as palavras. 
Custava-me reviver o dia em que soube que tinha perdido uma das minhas pessoas preferidas, falar sobre a perda quando me sentia culpada por ter escolhido viver tão longe, e por isso não conseguir estar lá na despedida.

Uma semana depois, aceitei que mais do que chorar a tua perda ou a minha ausência, devia celebrar a tua vida e sentir-me grata pelos momentos que partilhámos e por todas as boas memórias que ficaram.
Lembro-me como se fosse ontem dos Verões passados na tua casa em criança, das músicas que me cantavas enquanto comia a papa, dos vestidos que me fazias e que eu usava até deixarem de me servir, do caminho que fazíamos até à piscina quando nos levavas à aula de natação, de comer os cereais de manhã com a J. sentadas no banquinho branco da tua cozinha, das sopas que todos comíamos sem refilar e dos super-maxis que tinhas sempre no congelador para os netos, dos tubinhos de smarties que apareciam debaixo das nossas almofadas à noite, da cozinha a cheirar a bolos e do gosto pela culinária que ganhei enquanto te observava, do carro sempre carregado quando vinhas ao Algarve, de te ouvir contar histórias da tua vida ou de folhear contigo um dos muitos álbuns de fotos que havia lá em casa. Nunca me vou esquecer do último abraço que te dei e dos teus olhos a brilhar quando nos despedimos antes de vir para cá. Ou da tua voz emocionada quando falávamos ao telefone, ou das cartas que me escrevias, mesmo com umas mãos já trémulas.
Este Natal vais-me faltar tu, avó. Mas estas memórias fazem-me sentir que ainda estás cá. E é por isso que me agarro a elas, que revejo cada um desses momentos com um sorriso e que espero que um dia os meus futuros filhos também venham a ter memórias assim.

E para levantar a moral...



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...nada melhor do que entrar finalmente no espírito natalício!
Sim, este ano temos uma árvore de Natal tão mini que cabe em cima de um (mini) stand de bolos.
Não é fofinha? :)

E os presentes já estão a caminho, ok família?

Pronto...



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foto daqui

É só uma pessoa falar em como tudo corre bem e o cenário muda logo...

Tudo estava bem no trabalho, até 6ª feira. Nesse dia foi cometido um erro muito grave, que resultou numa pessoa nas urgências com uma reacção alérgica, por causa de um engano no pedido. Se foi descuido, falta de atenção ou ignorância não sei, mas foi uma situação que nos deixou a todos abalados pelas consequências que teve e por sabermos que ainda podia ter sido pior.
Por causa da gravidade do erro, vimos uma colega ser despedida à nossa frente, mal se apurou a sua responsabilidade. O ambiente ficou pesado e ninguém sabia bem o que dizer.

Ao final da tarde, o que era para ser um convívio do staff no fim do turno, passou a uma reunião de última hora. Fomos formalmente avisados do despedimento da colega e levámos todos um sermão pelo que aconteceu, mesmo os que seguiram todas as regras e até os que não estavam lá no momento. Fomos repreendidos e perdemos alguma autonomia no nosso trabalho.
Entretanto outra colega despede-se. Diz, de lágrimas nos olhos, que não aguenta a pressão e que não é justo sermos todos castigados por causa do erro de um. E os outros assistem, incrédulos, ao desmoronar da equipa que tínhamos construído. 
Para a semana temos um staff a menos e em breve a minha colega preferida vai também abandonar o barco. E eu que até gostava do trabalho, a partir daqui já não sei como vai ser. É um sítio interessante e com muito potencial, mas com uma equipa incompleta e desanimada, como será que nos vamos aguentar?

Update



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Quase que me esquecia que tinha um blog! Têm sido mais umas semanas ocupadas. Andamos os dois numa de vida de emigrante (aquilo que antes dizíamos que nunca faríamos. Cof cof!), a fazer muitas horas e a amealhar, enquanto sonhamos com o Verão em Portugal.

O novo trabalho corre sobre rodas. Começo bem cedo e trabalho com os colegas da manhã, partilhando as tarefas normais de um café. À hora do almoço sou uma espécie de chef, a preparar sandes gourmet e saladas deliciosas em tempo record. E não é que até me divirto com o stress de ter muita coisa ao mesmo tempo, da confusão na bancada e de gritar "Service please!" enquanto deixo pratos no balcão, prontos a sair para as mesas!
Tenho aprendido muito com o verdadeiro chef (que trabalha noutro restaurante dos patrões e nos tem vindo dar formação), adoro o facto de se cumprirem todas as regras de higiene e de estar sempre tudo organizado e limpinho. Não posso dizer o mesmo de outros sítios onde passei, mas neste podem vir comer à confiança!
E também gosto da responsabilidade que me foi dada, de garantir que as normas são cumpridas por todos.
Depois da azáfama do almoço, o café vira bar e só quando começam a chegar os colegas do turno seguinte é que me apercebo da quantidade de gente que trabalha ali. Somos muitos e dos 4 cantos do mundo!
Trabalha-se bem, custa um bocadinho levantar tão cedo e a meio da semana as olheiras já denunciam o cansaço, mas eu até gosto, não me posso queixar.

Mas com tanta coisa, ando um bocadinho atrasada com as compras de Natal que já deviam estar no correio por esta altura. Ups...

(Another) New job



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As últimas semanas têm sido cheias de novidades.
Depois de muito pedinchar, a emigração resolveu finalmente tirar-me o limite de horas de trabalho, o que significa que agora tenho full working rights e já posso trabalhar legalmente em full time, e fazer as horas que me apetecer. E abriu-se um novo mundo de possibilidades!

Depois do estágio, o que o que era mesmo bom era eu agora arranjar um trabalho jeitoso na minha área, mas como os 3 meses pouco remunerados fizeram alguma mossa, aceitei logo um outro trabalho que me ofereceram entretanto.
Logo quando acabei o estágio, andava entretida a ver anúncios quando me liga uma antiga colega do café onde trabalhava antes. Ela (uma chinesa muito querida), que tinha saído de lá há uns bons meses, agora é gerente de um novo café/bar numa das zonas mais caras e turísticas da cidade e convidou-me para fazer parte da equipa.
Esta semana tivemos formação e ajudámos a limpar e organizar o espaço que vai abrir na próxima 2ª. A equipa é fantástica, jovem, divertida e multi-cultural. Divertimo-nos imenso nas provas de chás, de vinhos e cocktails e a experimentar todo o menu de sandes gourmet e travessas de queijos e carnes frias e outros "anti-pasti". Até provei caviar pela primeira vez! Tudo em nome da qualidade do atendimento, já que temos que conhecer bem os produtos para melhor servir os nossos clientes... Mas além da "grande chatice" que foi essa formação também houve muito trabalho duro, muita limpeza, muita caixa para carregar e muita coisa para aprender.

Embora não esteja particularmente entusiasmada por voltar a usar preto da cabeça aos pés todos os dias ou por me levantar com as galinhas, estou contente por ser um café muito mais interessante que o outro, por a minha posição neste ser mais leve do que estava habituada, por haver melhores condições e principalmente por ter tantos e tão simpáticos colegas. Acho que vai ser uma boa experiência.

Look, a shark!



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Se tivéssemos vindo cá de férias provavelmente tínhamos corrido logo todas as atracções turísticas de Sydney, mas como viemos para cá morar, parece que muita coisa nos passou ao lado.
Sempre com aquela conversa do “temos tempo, um dia logo vamos”, passado um ano e meio ainda não tínhamos ido ao “aquário”. Mas há dias apanhámos uma promoção de dois bilhetes pelo preço de um e resolvemos aproveitar.
E num domingo lá estávamos no Sea Life, prontos para ver os tubarões.
No início tudo muito normal. Aquários com peixinhos, tartarugas, corais, etc etc. Nada que não tivéssemos já visto antes...





Mas depois descemos as rampas que davam acesso aos túneis por baixo de água e aí sim começou a diversão!

Finalmente os túneis!

Tubarões de todos os tamanhos e feitios nadavam por cima das nossas cabeças a grande velocidade. E nós olhávamos para o vidro e virávamos a cabeça de cada vez que passava mais um, maravilhados, feitos crianças.


 

Olha um manatim! (aqui chama-se dugong)

Na zona a seguir podíamos andar por cima dos tubarões!

Muita gente, muita criança, muitas fotos e muita paciência para conseguir apanhar alguma coisa de jeito sem mil cabeças na frente. Muito bom! Mas realmente acho que só pela parte dos túneis é que valeu mesmo a pena.
Onde será o próximo passeio?

Sculptures by the sea



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O ano passado escapou-me, não sei como e este ano, quando percebi que já era a última semana, não perdi a oportunidade.

Sculptures by the sea é uma exposição de escultura que já existe há 15 anos em vários pontos do mundo. Por cá acontece sempre por esta altura e espalha-se entre as praias de Bondi e Tamarama, com obras na areia e em vários pontos ao longo do percurso pela costa. É uma atracção turística e como tal, junto a cada escultura havia sempre alguém que nos pedia para tirar uma foto ao grupo e que depois (quase sempre) retribuía o favor. Mas sempre meio a correr, que em muitos sítios havia “fila” para a foto.

Foi uma tarde bem passada a caminhar e até a meteorologia ajudou, com um céu nublado que disfarçou os previstos 34º de máxima e tornou o passeio mais agradável.




 



E a sorte que é ter amigas “desocupadas” com quem fazer passeios turísticos enquanto não volto ao trabalho? Salvaram-me de mais um dia a morrer de tédio!
É que já não se aguentam estes dias em casa. O pequeno T0 tem andado num brinquinho, é verdade, mas nunca me apeteceu tanto trabalhar! São só mais uns dias e para a semana já volto ao activo. Uff!

Oh não...mais uma despedida!



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3 meses  depois, o estágio chega ao fim. Sem hipótese de ficar na empresa, que não há condições para abrir mais vagas (mesmo que estejam atulhados de trabalho). Aposto que quando sair do escritório pela última vez vou ouvir gritar “Próximo!”, que deve haver outros estagiários prontos a ocupar os nossos lugares.

Mas o objectivo foi cumprido e o saldo é positivo. Conheci boas pessoas, aprendi, participei em reuniões chatas onde não apanhei quase nada, outras mais divertidas onde se discutiam ideias e conceitos para publicidade, ganhei confiança, acrescentei experiência local ao currículo, e levo comigo a tão esperada carta de recomendação e uma referência na Austrália, que espero me abram novas portas daqui para a frente.

Agora é hora de me atirar aos anúncios de emprego, de limpar o pó ao portfolio e actualizar o currículo, das entrevistas e dos dress codes (e de mandar cartas zangadas à Imigração que teima em não me facilitar a  vida)

E entretanto preparo-me mentalmente para as despedidas desta semana. Detesto últimos dias...

Biquinis na Austrália



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No Verão passado não consegui comprar nenhum biquini de jeito aqui. Quer dizer, até comprei um bem giro, mas a parte de baixo era um modelo tão grande, daqueles que tapam o rabo todo, que nunca a cheguei a usar e trocava só as partes de cima com outros biquinis que tinha trazido.

Este ano precavi-me e pedi à minha irmã para me comprar umas partes de baixo nos saldos de Portugal, que eu com as partes de cima logo me orientava aqui. E na tal encomenda vinham duas partes de baixo de biquini muito giras e pequenas q.b., num tamanho mais proporcional ao meu (pequeno) rabo.

Vai daí, fui logo espreitar o site de uma das lojas daqui para ver se encontrava umas partes de cima a combinar. Estava tudo a correr bem, até me aperceber que a moda este ano ainda é pior do que a do ano passado. Ora topem só os modelitos que encontrei na loja online:

Este até é mais ou menos, esperem até ver os próximos...

Este além de ser um cuecão ainda leva folhos!

Oi?!?!

Agora fiquei preocupada. Será que vai ficar tudo escandalizado a olhar para mim se eu for à praia com um biquini um bocadinho mais reduzido?

Era apenas mais um dia normal...



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...mas depois chegou uma coisa no correio. Uma encomenda. Uma encomenda das grandes, vinda de Portugal!
Eram as tais prendas de Natal (e de aniversário) que vinham a caminho junto com umas coisas que tinha pedido à minha irmã para me mandar.
E porque a minha irmã nao brinca em serviço quando o assunto é Natal, saltaram presentes de todo o lado mal abri a caixa. E tudo tão fofo e perfeitinho que até dava pena tirar as coisas do sítio.

A embalagem já um bocadinho descomposta..

Em cima vinha um papelinho com as instruções do que era para abrir nos anos e do que era para o Natal. E no meio dos embrulhos vinham os meus pedidos:

Vernizes Risque (que saudades!) e creme da Vichy que aqui não há

Também vieram bikinis e roupa interior (estava na altura de renovar o stock outra vez) e mais uns miminhos inesperados:

Hahaha! Para pendurar no carro quando formos a Petersham :P

Gostámos particularmente do cheiro deste sabonete :)

Obrigada mana (e mãe e cunhado), you've made our day!
Prometemos não abrir nada antes da data :)

Mas afinal não estamos em Outubro?



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Não faltam mais de dois meses para o Natal e o fim do ano?
Então porque é que já estão espalhados em todo o lado os cartazes da passagem de ano em Bondi Beach?
Se bem me lembro, na "tugalândia" os cartazes das várias passagens de ano pelo país só eram fechados semanas antes, com sorte com um mês de antecedência é que os artistas estavam confirmados.
Isto aqui é muito à frente. Ou isso ou os Australianos já estão em contagem decrescente para a festividades. Eu por mim gostava mesmo era que o tempo passasse mais devagar. É que antes disso tudo ainda tenho que fazer anos e não me apetece nada, que este ano não é um número muito bonito.

A juntar à festa, a minha irmã achou por bem avisar-me que já pôs as prendas de Natal no correio a caminho daqui. Sim, prendas de Natal, em Outubro.
Epá, não dá para irmos um bocadinho mais devagar?



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A história repete-se.
Mais uma 6ª feira com cheiro a Verão, temperaturas a rondar os 30º, roupas frescas e pernas ao léu. Ao final da tarde, céu nublado e ameaça de tempestade. No fim de semana as temperaturas só vão até aos 19º.
Really??

Mas porque é que os dias de calor nunca calham ao fim de semana?

It feels like Christmas!



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Quando tirei o curso de Design de Comunicação, na "minha" universidade só havia PCs.
Nas várias empresas onde trabalhei (pequenas empresas, no Algarve) nunca avistei um Mac.
Uma vez fui a uma formação em Lisboa com uma colega de trabalho e passámos vergonha porque éramos as únicas que não sabiam ligar o iMac que nos puseram na frente.

Não é que um PC não faça as mesmas coisas, e eu nunca tive aquela mania que tudo o que é da Apple é melhor, mas gostava de ter um Mac, pronto. Coisa de designer, provavelmente.
Mas para mim, que cresci sem grandes luxos e a quem ensinaram a poupar sempre para uma eventualidade, custava-me aceitar a quantia que ia ter que desembolsar para realizar esse capricho, especialmente com os ordenados normaizinhos que sempre tive. Por isso dizia a mim mesma que não me fazia falta e que podia esperar.

Aqui os Macs estão em todo o lado, em qualquer escritório, nos balcões dos serviços públicos e até os alunos do secundário recebem um MacBook na escola. E eu vi-me obrigada a ir para a Apple Store habituar-me a mexer num antes de começar a trabalhar na área, para não passar vergonha outra vez.

Comprar um MacBook estava nos planos quando o N. recebesse o tax return (uma espécie de reembolso do IRS) mas eu, como sempre, fui adiando, “porque não me faz assim tanta falta”, “porque é tão caro”, etc etc...
Mas numa visita ao centro comercial, num impulso, decidimos que podíamos dar-nos a esse luxo. Foi uma espécie de recompensa pelas coisas de que temos abdicado, e de prémio pelas nossas pequenas vitórias.

Como este era um fim de semana prolongado, tive que prometer que não ia passar os dias agarrada a ele, claro  :)

Benvindo a casa!

Longe da vista, longe do coração



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Consegui passar um ano e meio na Austrália sem pôr a vista em cima de uma das muitas espécies de aranhas nojentinhas e assustadoras daqui.
Para dizer a verdade, acho que já tinha passado por uma, enquanto subia as escadas de casa. Mas como ia distraída, só me apercebi da "mancha" na parede depois de ter passado por ela e não olhei para trás para ver o que era.
Mas o dia chegou em que, no carro, ele me aponta para uma aranha grande e castanha que ia à boleia em cima do capô. Claro que quando estacionámos, a bicha teve que descer no meu lado e eu dei de caras com ela mal abri a porta. Glup!
Não era das maiores nem das perigosas (acho eu), mas ainda assim metia respeito.
Esperemos que passe pelo menos outro ano e meio antes que tenha que ver uma destas outra vez...


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Manhã de segunda feira depois de um fim de semana com pouco descanso. Os olhos inchados de sono denunciavam uma noite mal dormida e o humor não estava grande coisa. Nada que a visão da Opera House sob o sol da manhã não resolvesse. 
O que importa se sou a única que olha pela janela do comboio? É que às vezes ainda me sinto turista nesta cidade e sempre que passo por sítios destes, que ilustram postais, tenho que me beliscar para acreditar no que vejo num simples trajecto casa-trabalho. E rio por dentro enquanto penso "Enapá, eu vivo mesmo em Sydney!". :)

Foto daqui


Médicos desesperados?



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imagem: we ♥ it 


Precisei de ir ao médico ver um problemazinho de saúde (nada de grave) que me andava a chatear.
Fui à clínica onde já tinha ido 2 ou 3 vezes buscar umas receitas, que é uma espécie de Centro de Saúde. Como nunca tinha estado doente aqui, não tenho um médico definido, por isso pedi para ser atendida pelo 1º que estivesse disponível, tal como das outras vezes.
Até aqui tudo normal. O que não esperava era a conversa que se seguiu com o médico que me atendeu:

- Olá, eu sou o Dr Wim. W-I-M. - apontando para uma placa com o nome dele
- Este é o meu horário, 3ªs às 6ªs das tantas às tantas e Sábados das tantas às tantas. - apontando para um papel na secretária com o horário dele
- Não sei se sabes mas neste centro os médicos trabalham todos por conta própria e cada um tem a sua base de clientes.
Seguiu-se mais um bocadinho de conversa da treta e finalmente a consulta. No fim voltou a dizer-me "I'm Dr Wim, W-I-M".

Das outras vezes que lá estive não me lembro de nenhum dos médicos se ter “vendido” assim, numa de "Pick me! Pick me!". Eu também acho que é sempre melhor ter um médico definido, que sabe do nosso historial, do que ir cada vez a um, mas aquele discurso foi um bocado bizarro. Uma coisa é certa, a técnica dá resultado porque tão cedo não me esqueço do nome dele...

Curiosidades



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O escritório onde trabalho tem uma cozinha. A cozinha não tem mesa, só um balcão alto.
À hora de almoço, vou buscar a comida e sento-me no balcão. Os meus colegas ou não almoçam (?), ou pegam no pratinho e vão comer na sua secretária em frente ao computador. Basicamente não fazem uma pausa para almoçar.
Só no dia em que a outra estagiária também lá está é que tenho companhia. Não que os outros colegas sejam antipáticos, pelo contrário, mas deve ser um hábito já enraizado. Ou então estão sempre demasiado ocupados para parar (não sei onde é que está o espírito "no worries" de que tanto ouvimos falar).

Não sei se aqui é sempre assim, mas a mim faz-me confusão que as pessoas não se juntem no mesmo espaço. Não era mais giro almoçarmos todos juntos e descansarmos a vista do computador por uns minutos, do que ficar cada um para seu lado? E comer na secretária onde trabalhamos? Blheck!

O mais engraçado são os "Friday drinks". Na 6ª ao fim do dia alguém distribui cervejas e copos de espumante pelas secretárias e lá fica cada um na sua, em frente ao computador.
Aqui, beber à 6ª feira é um hábito comum nos escritórios, diz que é bom para estimular o convívio entre os colegas e o espírito de equipa. A ideia era boa sim, mas era se realmente houvesse alguma interacção entre as pessoas. Convívio? Qual convívio?

Inglês vs Português



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Desde que viemos para cá que o nosso inglês tem evoluído. Não tanto quanto poderia, já que em casa a maior parte das vezes não conseguimos evitar o português, mas ainda assim, o dia-a-dia aqui obriga-nos a praticar e se ao início era pouco natural, agora já estamos completamente habituados.

Mas depois há situações em que o português leva a melhor e não há nada a fazer.
A porta do prédio onde trabalho tem uns autocolantes que dizem "push" e "pull". Do lado de fora (o do
"pull") nunca há confusões, o pior é quando vou a sair do prédio. É que sempre que leio "push", eu puxo em vez de empurrar. Nunca falha!
Claro que enquanto ando às voltas com a porta, os meus colegas se fartam de gritar "Push! Push!"
e acham imensa piada ao facto de aquilo acontecer TODAS as vezes que passo por ali.

Depois de um ano e meio aqui, pensei que o meu cérebro já estaria melhor programado mas pelos vistos não. Será que isto ainda vai lá?

E a saga continua



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Eu sempre fui uma pessoa pontual. Detesto que tenham que esperar por mim e por isso também não gosto que o façam comigo.
Este último ano tem sido um teste à minha paciência. A espera pela aprovação do visto parece interminável e a falta de respostas por parte da Imigração mexe-me com os nervos.

Mas fui paciente, e só quando passaram os 9 meses que me tinham indicado como tempo médio de aprovação é que me comecei a chatear. Eu telefonei, eu mandei emails, apenas para receber inúmeras respostas automáticas e outros tantos "Não há nada a fazer, tem que esperar". E eu esperei.
Passou um ano e a paciência foi-se. Só depois de muitos telefonemas é que me disseram que os meus exames de saúde tinham expirado 6 meses antes. Repeti-os e enviei-os novamente. Mais emails e telefonemas e nada de respostas.
O registo criminal acabou por passar da validade também. Pedi outro e enviei. Telefonei, mandei emails e cartas a pedir se podiam por favor pôr o meu processo a andar ou se me diziam o que é que estava mal agora. E mais semanas de silêncio e eu à espera.

Hoje quando abri o email e vi que tinha uma mensagem da Imigração não quis acreditar. Seria desta? Mas não, não foi. O que eles me disseram foi basicamente: "O tempo médio de espera agora são 12 meses, blablabla, lamentamos que o seu caso não tenha sido resolvido dentro deste tempo (já vou em 14 meses), blablabla, o seu processo deverá ser atribuído a um case officer (a pessoa que fica responsável pelo caso) nos próximos meses".
Eu esperava que eles fossem dizer semanas, mas não, foi mesmo meses. MESES!*

E agora, onde é que eu vou buscar (ainda) mais paciência? Até quando é que vou ter que deixar a minha vida e o meu futuro profissional em stand-by?


* Ele diz-me para ver o lado positivo, pelo menos não disseram anos :)

A "nossa" praia



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Às vezes estamos tão enfiados na rotina de casa-trabalho e nas nossas preocupações(zinhas) que nos esquecemos de apreciar as tantas coisas boas que nos rodeiam.
Nos dias em que nos lembramos da sorte que temos em morar num sítio calmo ao pé do mar, saímos de casa a pé em direcção à "nossa" praia, que está logo ali ao fundo da rua.
Como é que podíamos não gostar de morar aqui?

Praia de Coogee num fim de semana de sol

Hits musicais de cá...



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Com a crise (e como boa tuga que sou...) tento aproveitar todas as borlas... e este ano tem sido rico em show cases da FNAC. O último que fui ver foi o do Miguel Araújo, onde ouvi pela primeira vez uma música que agora não paro de cantarolar dia e noite :)


E dei por mim a pensar se a mana saberá quem é o Miguel Araújo ou os Azeitonas. Daí a pegar numa papel e lápis foi um pulinho, pois não quero (mesmo!!!) que algumas músicas passem ao lado da mana só porque ela não está cá para as ouvir passar no rádio... Transpondo a lista do papel para o blog, maninha, estas são as "imperdíves" que eu quero que conheças:

* Filipe Pinto - Insónia
* Azeitonas - Anda comigo ver os aviões
* Miguel Araújo - Os maridos das outras
* João Só e Abandonados - Sorte grande
* Virgem Suta - Maria Alice
* Os Golpes - Vá lá senhora
* Boss Ac - Tu és mais forte e Sexta-feira
* Jorge Palma e Pierre Aderne - Preciso mentir que te amo

Ups... a lista ficou um bocadinho extensa... mas não queria mesmo que perdesses a oportunidade de ouvir o que se tem feito por cá. E se fores como eu... lá vais passar o dia de amanhã a cantarolar "porque o Fizz Limão, ai o Fizz Limão há-de voltar..." :)

Os dramas da lavandaria...



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Dia de “folga”. Levanto-me cedo e vou pôr a roupa a lavar, para ver se seca até ao fim do dia, já que preciso de uma coisas para amanhã.
A máquina é uma “top loader” de moedas, bem velhinha. Depois de pôr o detergente e a roupa lá dentro, ponho as moedas na ranhura e pressiono a patilha, como faço sempre. Mas desta vez a máquina encravou, a patilha das moedas ficou presa e nada daquilo começar a lavar.
Ainda andei uns minutos à pancada com a máquina, a ver se conseguia desencravá-la, mas acabei por desistir, tirei a roupa e voltei para casa para a lavar à mão antes que ficasse manchada do detergente.

Ora para mim, que sou uma pessoa organizada e que gosta de ter os dias planeados, aquilo estragou-me o dia. Estou farta de dizer que o meu maior desgosto aqui na Austrália é não ter uma máquina de lavar normal dentro de casa, mas parece que ninguém me compreende...

Esperei até às 9h e liguei à imobiliária a explicar o que aconteceu e pedi que viessem arranjar a máquina, já que é a única que temos para os 6 ou 7 apartamentos (já a antever o caos no fim de semana). 
Eles vieram e resolveram o problema, mas devolver o dinheiro, tá quieto! E eu chateio-me, claro. Está bem que $3 não são nenhuma fortuna, mas era o meu dinheiro, que gastei para depois ter que lavar a roupa à mão. E a chatice que é ter que arranjar três moedas de $1 cada vez que tenho roupa para lavar?
Chateei-me mas pelo sim pelo não, o melhor é deixar-me estar sossegada, senão ainda me vêm cobrar o "arranjo". É que (pela minha experiência) com este pessoal das imobiliárias daqui, nunca fiando...


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Porque a TV australiana não é sempre má e no meio dos anúncios irritantes às vezes há um bom, este é o meu preferido do momento. Muito giro :)

Aventuras nos transportes



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Até há pouco tempo eu só precisava de apanhar um autocarro para a cidade para ir trabalhar. Quando morávamos em Bondi Juction, às vezes ia de comboio. Aquilo no fundo é um metro, não sei porque é que não chamam as coisas pelos nomes. Anyway, tudo muito fácil, já que Bondi Junction era a primeira estação e dali só se ia em direcção à cidade, por isso nem dava para enganos.

Agora trabalho em North Sydney, o que me implica ir até à Central Station para apanhar a linha de comboio que me leva até lá. A Central Station é uma estação gigantesca onde se cruzam todas as linhas do metro da cidade e onde chegam e partem comboios "intercidades". Ou seja, uma confusão.
Na primeira tentativa, olhei para o mapa a entrada da estação, vi que tinha que seguir a linha amarela e procurei indicações por cores. Pois...nao havia. Olhei para o monitor que indicava o destino de cada linha e segui para a linha 22. Só depois de percorrer o longo corredor para chegar lá é que percebi que não era aquela linha. Toca a andar tudo para trás outra vez e tentar perceber pelas indicações quase inexistentes para onde é que tinha que ir. Lá me safei e o resto da viagem correu bem.

No caminho de volta, saio na Central Station e ao  descer as escadas vejo-me no meio de outro longo corredor com placas que anunciavam saída para a esquerda e saída para a direita. Ora obrigada! Mas saída para onde? é que naquela estação, assim de repente consigo ver pelo menos umas 5 saídas, todas para ruas diferentes e longe umas das outras. E umas placas mais elucidativas? Hum?
À falta de melhor, segui o meu sentido de orientação, que obviamente me levou para o lado errado e tive que andar uma boa distância na rua até à paragem do autocarro que tinha que apanhar a seguir (que ficava mesmo em frente a outra saida, claro).

Na segunda vez que fiz esse percurso, já sabia a linha de manhã e à tarde, nao sei como, consegui sair para o lado certo. Tenho dúvidas que ainda saiba o caminho da proxima vez...

Eu até achava que me safava nos transportes, mas vendo bem, o único termo de comparação que tinha era o metro de Lisboa. Será assim tão diferente?





Update do estágio



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- O telefone já não é tão intimidante como no primeiro dia.
- Apesar de ainda nao ter tido um trabalho criativo dos grandes, tenho-me entretido com as tarefas que me vao dando e até tenho gostado.
- Já sou "tu ca - tu la" com os rapazes do café onde a empresa tem conta e já memorizei os cafés de toda a gente do escritório. Também são só 6 pessoas, vá...
- Experimentei novos caminhos e já me decidi por um trajecto mais rápido para o trabalho. Tenho que mudar de transporte duas vezes mas demoro menos meia hora.
- Na viagem de comboio vejo a Harbour Bridge, a Opera House e o Luna Park mas pareco ser a única pessoa que olha pela janela para apreciar a vista.
- Os colegas continuam simpáticos e sempre prontos a ajudar :)
- Em breve vou ter outra colega estagiária com quem partilhar a tarefa do telefone. Yes!
- Comeco a habituar-me a uma roupa mais "corporate". Já não podia com a "farda" do café, de vestir preto da cabeça aos pés e ir todos os dias igual.
- Preciso de comprar mais roupa!

E o estágio lá começou



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Ia à espera do ambiente descontraído que a Art Director de cabelo azul me tinha prometido, mas o que encontrei foi mais intimidante do que esperava. Conheci o resto da equipa, todos bem mais velhos que eu, todos engravatados e com ar experiente. Mal cheguei fui logo metida na reunião semanal para discutir o Work in Progress, em que eu não apanhei quase nada, ora porque não conhecia os clientes e os trabalhos, ora porque me distraía, que isto de conversas formais em inglês ainda é uma coisa que me desconcentra.

A primeira tarefa como estagiária foi, como é óbvio, ir buscar cafés. A seguir explicaram-me como é que devia atender o telefone. Eu que já tinha trabalhado há uns anos como recepcionista numa empresa onde tinha que saber de cor umas 40 extensões diferentes e saber que pessoa era responsável por cada departamento, achei que ia ser “a piece of cake”. Enganei-me. Atender telefones em inglês, falar com clientes com nomes esquisitos, de empresas que nunca ouvimos falar e com sotaque australiano não é nada fácil. Vi-me à rasca para perceber as pessoas do outro lado da linha e meti os pés pelas mão com o inglês, que eu quando me enervo fico parvinha e não consigo formar uma frase em inglês.
No meio disto tudo, passaram-me para as mãos um trabalho muito longo e urgente (que não consegui acabar) e outro daqueles complicados, que foi responsabilidade que não esperava para o primeiro dia, num estágio. O segundo dia foi igualmente puxado.

A juntar ao facto de perder uma hora e meia por trajecto nos transportes (porque não me lembrei que ia ter que atravessar a harbour bridge e a cidade nas horas de ponta), já não estou assim tão entusiasmada.

A parte boa é que foram todos muito simpáticos e que a empresa trabalha com algumas marcas mesmo boas. Se conseguir participar num trabalho grande e puder pô-lo no portfolio, seria muito bom. Até lá, é habituar-me ao terrível telefone, arranjar uma forma de não stressar nos transportes e tentar não fazer má figura com os trabalhos que me passam.

Deja vu?



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imagem: we ♥ it

Na última 6ª feira 13 de que me lembro veio uma boa notícia. Quer dizer, no fim acabou por não ser tão boa como eu queria, mas naquele dia era uma notícia que eu esperava há muito.

No outro dia fui apontar na agenda a hora de uma entrevista de emprego (das boas) que tinha na 6ª feira e não pude deixar de sorrir quando percebi que também era um dia 13. 
E vieram-me à cabeça as palavras da minha mãe, quando me disse que nada acontece por acaso, quando me queixava por algumas coisas aqui não terem corrido como planeado...

Na próxima semana começo um estágio numa agência de publicidade. Devagarinho as coisas começam a mexer e eu vou-me aproximando dos meus objectivos. Estou ansiosa por começar!

Há coisas que nunca mudam



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Lá era o Pingo Doce, aqui é o Woolworths.

O novo anúncio deste supermercado, o "wollies", como os australianos carinhosamente o apelidaram, tem aquele fenómeno do "primeiro estranha-se, depois entranha-se".
É um anúncio fofo e engraçado, com uma musiquinha que fica no ouvido. A parte mais gira é que as "personagens" são mesmo reais!

A parte chata é que agora ando sempre com o raio da música na cabeça. Tal como há uns anos, em Portugal, com o "venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro...".


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Ontem jantámos bifes de canguru. Ele enfiou aquilo no carrinho do supermercado e eu nem tive hipótese de escolha.
Já tinha provado uma vez, pouco depois de chegarmos cá. Mas entretanto, num dos passeios do ano passado, tivemos oportunidade de conhecer de perto uns cangurus fofos e simpáticos e a partir daí ficou difícil considerá-los comida. Digamos que (para mim) não foi dos melhores jantares dos últimos tempos...

Espero que não fosse ninguém da tua família, amiguinho...

No supermercado



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Menina da caixa: Uau! Adoro a tua blusa! Onde é que a compraste?
Cliente 1: Obrigada, comprei na loja tal...

Menina da caixa: Oh! Gosto do teu corte de cabelo!
Cliente 2: Obrigada. Blablabla, conversa de treta.

Quando chegou a minha vez estava curiosa para ver o que ela me ia elogiar...

Menina da caixa: Adoro a tua carteira! Que cores tão giras!
Eu: ... (sorriso amarelo) Err...obrigada...

Por acaso a minha carteira era mesmo gira, mas depois de ouvir a conversa com as pessoas à minha frente, aquilo pareceu-me mais um disco riscado do que um elogio sincero.
Não sei se faz parte da formação ou se é mesmo uma coisa cultural, mas aqui as funcionárias das lojas saem-se sempre com este tipo de elogios forçados, como se tivessem a obrigação de o fazer. Parece que há  ali uma necessidade de agradar, de ser simpática, mas por ser em excesso acaba por ter o efeito contrário. Pelo menos comigo...


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imagem: we ♥ it 

Ah...o Inverno...a minha estação preferida (not).

Um certo fim de semana, tinha a roupa estendida lá fora quando começou a chover. Como era roupa de trabalho que íamos precisar na 2ª feira, apressei-me a ir apanhá-la e trazê-la para dentro de casa.
O nosso pequeno T0 virou uma feira, com cabides por todo o lado e roupa pendurada nas portas, nos toalheiros do wc e no duche. Aquilo não deu muito resultado e dias depois voltei a pôr a mesma roupa a lavar porque como não secou bem, ficou a cheirar a bolor...

No sábado passado estendi uma nova máquina de roupa no quintal. Começou a chover horas depois, mas desta vez não a trouxe para dentro, à espera que a chuva passasse e ela eventualmente secasse. Choveu sem parar a semana toda. Ontem não choveu mas a roupa também não secou e hoje, uma semana depois, quando achava que a ia apanhar, está a chover outra vez! Entretanto também já tenho o cesto cheio outra vez não é...

Tendo em conta que moramos num T0, sem varanda nem marquise, e que não existe secadora neste "condomínio", será que só vou ter roupa lavada lá para a Primavera?


(Diz que para a semana já é suposto fazer sol. Vamos lá ver...)

Nós por cá também vimos a selecção



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A noite começou com um jantar em Petersham (a zona mais portuguesa de Sydney) num restaurante madeirense, onde nos empanturrámos com ameijoas, camarões, umas belas espetadas com pão de alho e milho frito e acabámos com mousses de chocolate e babas de camelo. Afinal tínhamos muitas longas horas pela frente...

Dali seguimos para um barzinho onde bebemos umas Super Bock, até sairmos para a próxima paragem.
O jogo ia ser transmitido ali perto, por isso nas ruas via-se muita gente com cachecóis de Portugal e t-shirts da selecção a espreitar por baixo dos casacos.
No próximo bar havia uma espécie de festa portuguesa. Viam-se bandeiras de Portugal e as quinas em todo o lado e muitos já iam vestidos a rigor. À entrada deram-nos umas senhas para o sorteio de uma camisola da selecção.
Às 3 da manhã já estávamos todos para lá caídos nuns sofás. Tenham em conta que aqui quase todos se levantam cedo para ir trabalhar e já tinha passado muito da nossa habitual hora de dormir...

Era hora de sair dali para um clube em Hurlstone, para marcar lugar junto aos ecrãs gigantes. Ali sim, parecia que estávamos em Portugal! Em pouco tempo o espaço encheu, viam-se caras pintadas de vermelho e verde, adeptos vestidos a rigor da cabeça aos pés, bandeiras de Portugal, apitos e vuvuzelas. Se ali estava cheio, imagino no Clube Português! Fomos para este clube porque supostamente teria mais malta nova que o outro, mas confesso que tive um bocadinho de pena, já que no Clube Português havia tremoços, chouriço assado e caldo verde durante o jogo e nós ali tivemos que matar a fome com batatas fritas! Mas o espaço era giro e o ambiente estava ao rubro.

Claro que como o jogo começou às 4.45h, na segunda parte eu já estava a fazer um esforço para manter os olhos abertos. Não fosse aquele "quase golo" e acho que me tinha deixado dormir. O resultado não foi o melhor, mas valeu pelo espírito e pelo convívio. Deu para matar um bocadinho as saudades de casa.

Muito bom!



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Entrar num "Hot Dollar" (uma espécie de loja dos chineses) e estar a passar um Fado como música ambiente!
Priceless! :)

Sobre a visita do Presidente...



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Há uns tempos alguém disse que o Presidente da República, Cavaco Silva, vinha cá a Sydney, como parte da sua viagem pela Indonésia e Austrália. A partir daí choveram comentários indignados com a falta de respeito pelo povo português e críticas ao absurdo desta viagem, quando o país atravessa uma das maiores crises de sempre e se pedem sacrifícios aos portugueses.
Semanas depois foi anunciado um jantar com a comunidade portuguesa em Sydney. Um jantar oferecido "pelo senhor Presidente" num hotel 5 estrelas. E de repente, aqueles que tanto o criticaram foram os primeiros a alinhar-se para o jantar.

Houve muito quem me perguntasse "Mas porque é que não vais? É de borla!".
Ora por muito que fosse agradável o convívio com outros conterrâneos e a refeição luxuosa, eu continuei a achar esta viagem e este jantar uma palhaçada e por isso não fui, por respeito aos meus familiares e amigos que trabalham e pagam os seus impostos em Portugal e que estão a ser afectados pelas constantes medidas de austeridade, pelos que estão desempregados e pelos que vivem de uma reforma pequena.

É que não sei se a malta percebeu que o dinheiro que pagou o jantar não saiu do bolso do senhor Presidente. Esse dinheiro é aquele que "não existe" para aumentar reformas miseráveis, para melhorar hospitais públicos, para apoiar instituições de solidariedade ou para assegurar o nosso futuro e o dos nossos filhos.

Mas isto sou eu, que não me vendo por um prato de camarões...

É para os apanhados?



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Andava eu a passear pela China Town quando vejo dois polícias a fazer adeus na minha direcção. Achei que não era nada comigo e ignorei, mas eles continuaram, a sorrir para mim. Por momentos pensei que fosse para os apanhados!
Quando me aproximei é que percebi que faziam parte do grupo de polícias que vão lá ao café regularmente e que era mesmo comigo. Uns queridos!

Vou sentir a falta deles. Oh well...


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 I hope so...                                                               imagem: we ♥ it

Eu nunca fui muito à bola com livros de auto-ajuda. Enquanto vivi com a minha mãe passaram-me muitos pela frente, já que ela é fã do género. Li "O segredo", "A Lei da Atracção" e outros que tais, sempre com a sensação de que não me diziam nada que eu não soubesse já.

Antes de vir para a Austrália a minha mãe ofereceu-me um livro que ela tinha adorado e que "era mesmo adequado a esta nova fase". Eu tentei lê-lo no avião mas desisti a meio e ele ficou abandonado numa prateleira cá de casa, sem lhe dar muita atenção (sorry mum..) até agora. No outro dia voltei a pegar nele e fiquei presa ao capítulo que fala sobre a nossa zona de conforto e em como ao sair dela a conseguimos aumentar. Em como nos devemos forçar a enfrentar situações de que temos medo ou que nos deixam pouco à vontade.
Ao reler aquela página apercebi-me de como aquilo fazia sentido.

Vir para a Austrália foi provavelmente o maior passo que alguma vez dei fora da minha zona de conforto e é verdade que, desde que o fiz, muita coisa mudou. Mas continuo a ter medo de arriscar em muita coisa.

Nos últimos tempos andava a aguentar uma situação que me incomodava, por "medo" de fazer o que tinha que ser feito. Sabia que resolver o problema era relativamente simples, mas para o fazer tinha que me pôr numa posição desconfortável e por isso fui adiando. Por medo, por culpa, talvez até por comodismo, esperei até hoje.
Mas de hoje não passou e lá dei mais um passo fora da zona de conforto. Hoje despedi-me.

Ups!

Está tudo louco



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Por razões que agora não interessam nada, hoje tive que entrar mais cedo ao trabalho, o que implicou apanhar o autocarro para a cidade às 5.20 da manhã.
Ainda era noite cerrada e estava um frio de rachar (deve ser por isso que se chama "acordar pela fresquinha").

Enquanto esperava na paragem passaram 2 pessoas a correr, roupa desportiva e ar atlético. Eu olhei para o relógio para me certificar que não me tinha enganado na hora do despertador e afinal já era mais tarde. Mas não, eram mesmo 5 da matina. Estes australianos são loucos!


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Um mês depois das mini férias em Cairns, recebemos no correio um "recuerdo" da viagem.
Os senhores da RTA acharam que era simpático enviar-nos uma foto do carro que alugámos para compor o álbum!

Apanhados a "alta velocidade"



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Durante a minha adolescência, havia uma banda local que fazia sucesso em todas as festas da escola. Eram miúdos, como eu na altura, e eram presença certa em qualquer festa nas escolas secundárias de Faro.

Eles eram "só" uma banda de garagem, não tinham discos gravados, não havia facebook nem youtube, mas mesmo assim sabíamos as letras das músicas de cor.
Lembro-me de passar os finais de tarde no quarto com a minha irmã, à espera que a música deles passasse na Super Fm (rádio local) para pormos a gravar no "rec", para uma cassete*.
Na minha turma alguém tinha uma cassete cheia de músicas, que ia rodando por quem a quisesse copiar. E haviam letras escritas nas últimas páginas dos cadernos.

Era uma boa banda, com boa música e com letras com que ainda hoje me identifico e que me transportam para aquele tempo sempre que as oiço, mas o tempo passou e acabaram por se separar.

Este fim de semana, eles voltam a juntar-se para um concerto único na semana académica do Algarve. Tem havido uma espécie de contagem decrescente na página do facebook, onde aos poucos se foram divulgando músicas e letras e a expectativa vai aumentando.
Vai ser uma noite de regresso ao passado, para recordar os velhos tempos, para rever caras conhecidas (sei que grande parte das pessoas da escola daquela altura vão estar lá) e para se surpreenderem por ainda se lembrarem das letras, mesmo passados tantos anos.

Mana, amigos e colegas de Faro, por favor digam-me que vão estar lá, por mim! É que eu se estivesse aí não perdia isto por nada!





Essa cassete ainda existe, em Portugal. Andava comigo no meu "bolinhas", já que em casa há muito que não existia um leitor de cassetes. Nunca fui capaz de me desfazer dela.


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Antes, no fim de uma noite de copos ao fim de semana, passávamos na padaria que estava aberta pela noite fora para comer um pão com chouriço.
Aqui vai-se ao Mc Donalds.

Não é a mesma coisa...

Eu sabia que este dia ia chegar...



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...só não esperava que fosse tão cedo...



Está outra vez na altura de pôr os lençóis de flanela na cama :(


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Sábado de manhã e ninguém no skype. (família, onde é que andam?) Peguei em mim e fui até Bondi Junction (a zona comercial mais próxima), à procura de uns materiais para uns projectos do MyParty Design.
Claro que no caminho para as papelarias tive que passar por umas montras que anunciavam os Mid-Season Sales... Também adoro este conceito de "os saldos são quando o homem quiser", por cá há saldos e promoções o ano todo...
Aqui quase não compro roupa, ou porque não gosto das modas ou porque não me entendo com os tamanhos. Mas já me faziam falta umas pecinhas novas, por isso tentei outra vez. Experimentei 5 pares de calças e nenhumas me ficavam bem. Não percebo que raio de cortes é que eles fazem, mas mesmo com o tamanho certo nada me assenta como deve ser. E as bainhas geralmente são curtas, que é uma coisa inacreditável, dado que eu até não sou muito alta, ao contrário da maioria das australianas.
Mas acertei com uma saia preta, para quando um dia voltar a trabalhar num ambiente mais formal, e com uma blusinha amorosa que me piscou o olho e eu não lhe resisti.



Mana, estás à vontade para me mandares uns trapinhos de Portugal, tá? Senão quando for aí levo a mala vazia e trago-a a rebentar pelas costuras. Que saudades das "nossas" lojas!


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Adoro esta coisa das promoções "pós-Páscoa" nos supermercados daqui.
Os meus olhos brilharam quando vi os coelhinhos de chocolate, daqueles maiores, a $0.70.
Foi isso e os M&M's Easter Edition, tamanho familiar, a metade do preço.
Já tenho a despensa abastecida. (Pelos menos por uma semana...)


M&m's fofinhos, em tons pastel, ao preço da chuva? É para já!

I'm a good man in a storm



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Hoje uma cliente perguntou-me se tinha estado de férias recentemente porque, passo a citar, "You look so happy and relaxed".
Isto no meio de uma "avalanche" para o almoço, quando estávamos apenas 2 pessoas no café e eu fazia malabarismo para dar conta de todos os pedidos e ainda dar dois dedos de conversa aos clientes mais tagarelas.

Eu que achava que era uma stressada e que não lidava bem com a pressão, quem diria que disfarçava tão bem...

E de repente...



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Imagem: weheartit

...virámos tios!

A irmã dele trouxe um novo bebé à família. Que boa notícia!
Nós por cá, estamos muito felizes e ansiosos por o ver em fotos e ainda mais por o conhecer em pessoa, em breve (puto, não cresças muito rápido, a ver se ainda és bebé quando formos aí).

Parabéns aos recém-papás!

Cairns e Great Barrier Reef - Parte IV



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Tudo o que é bom acaba depressa, e as férias estavam quase acabadas.
Ao contrário do que tínhamos em mente, não foi só praia e descanso, por isso resolvemos mudar os planos que tínhamos de mais um longo passeio de carro, para um dia "de papo para o ar".
Seguimos de mapa na mão à procura de umas cascatas perto de Cairns para passarmos a manhã, mas não sei como, passámos várias vezes pelo mesmo caminho e não demos com o sítio. Desistimos e resolvemos voltar a subir a costa, à procura de uma praia agradável.
E não é que, ao último dia, encontrámos uma praia vigiada e com rede "anti-crocodilos e alforrecas"? Finalmente uma praia onde não éramos os únicos, onde se viam famílias, crianças e grupos de amigos a fazer desporto. Escusado será dizer que estendemos as toalhas, demos um mergulho e ficámos por ali, na Ellie Beach, a dormitar o resto da manhã.

A rede na Ellie Beach! E a água estava tão boa!

Mas logo ao lado...proibido nadar, claro...

Nadámos, torrámos ao sol, dormimos à sombra das palmeiras, comemos umas sandochas e voltámos à cidade, onde passámos o resto da tarde na piscina pública. Aproveitámos os balneários para tomar um duche e mudar de roupa antes de irmos para o aeroporto.

Aproveitando o Verão que não houve em Sydney...

 E assim se passaram 4 dias maravilhosos, de Verão e calor como ainda não tínhamos tido cá. Chegámos a Sydney cansados mas felizes e cheios de novas memórias. 4 dias de trabalho depois, teríamos o fim de semana prolongado da Páscoa e 4 dias de folga para recuperar. Podia habituar-me a isto. Boa vida! :)

Cairns e Great Barrier Reef - Parte III



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Ao 3º dia das "férias" acordámos às 6 da manhã para tomar o pequeno almoço antes de irmos apanhar o barco que nos levava à Great Barrier Reef. O check-in era às 7.15h, que aqui os dias começam bem cedo.

Munidos de toalhas de praia, protector solar e chapéus, chegámos à marina entusiasmados e ansiosos pelo passeio. Íamos finalmente ver os corais mais famosos do mundo!
A fila para o check-in aumentava a cada minuto, pelos visto não éramos os únicos ansiosos por embarcar. Tudo malta jovem e boa onda, curiosamente nem um único japonês.
As meninas do balcão receberam-nos com sorrisos e, depois de confirmar a reserva, encaminharam-nos para o barco, onde o "capitão" Rob, um jovem de longas rastas loiras nos aguardava. Lá dentro, os outros membros do staff apresentavam-se, enquanto nos indicavam o sítio para guardarmos as coisas ou a mesa do café. Todos jovens, bem dispostos, e várias cabeças com rastas, a condizer com a música do Bob Marley que se ouvia.

Sentámo-nos na parte de cima do barco e recebemos as instruções de segurança pelo Pascoal, um francês que nos fazia rir a cada frase com as suas piadas. Cada vez que ele perguntava se tínhamos alguma dúvida, apetecia-me perguntar se havia tubarões por ali, mas depois continha-me com medo de saber a resposta...

Cruise Ocean Freedom, o "nosso" barco

Meia hora depois começaram a ser distribuídas barbatanas. Nós, maçaricos, não íamos fazer mergulho, mas estávamos prontos para a nossa primeira experiência de snorkeling. Foi-nos dada uma pequena explicação sobre o equipamento e a opção de usar um fato de lycra ridículo. O instrutor dizia que eles tinham que recomendar porque estávamos em plena época alta das alforrecas (que aqui são um bocadinho mais perigosas) mas que não era obrigatório e que em muitos anos de mergulho sem fato nunca lhe tinha acontecido nada. Eu, assim que ouvi falar em alforrecas, não quis saber se o fato era ridículo ou não e fui logo buscar um para mim.

Chegados ao local do mergulho, fomos distribuídos em pequenos grupos conduzidos por um instrutor para nos mostrar os melhores spots. Eu, que achava que respirar por um tubinho e dar aos pés era muito fácil, enganei-me. Demorei uns minutos para me habituar ao "peso" das barbatanas e a respirar pela boca... Mas depois foi mágico, flutuar naquele mar azul, ver os corais lá no fundo, estrelas do mar de cores vivas e alguns peixes de perto.

Voltámos ao barco e tínhamos à espera um passeio num outro barco mais pequeno com o fundo de vidro.

O barco com fundo de vidro

Se bem que os peixes se viam à superfície na água transparente

Corais

Eu sei que vocês queriam era ver-nos com os fatinhos de lycra, mas para bem da nossa reputação, essas fotos nunca serão reveladas... :)

Voltámos à base para um almoço buffet, enquanto navegávamos calmamente para a próxima paragem.
No segundo local, não sei porquê, fomos um grupo muito grande com o mesmo instrutor. Éramos 12 atrás dele enquanto nos tentava mostrar o "Nemo" e a excursão já não foi tão tranquila. Fartávamo-nos de levar com barbatanas e se me afastávamos um bocadinho perdíamos as indicações do instrutor. Ainda vimos uma raia, uns "pepinos do mar" e mais alguns peixes. Não vi o "Nemo" mas vi a "Dori".
Quando voltámos ao barco, outra instrutora dizia que tinham visto uma tartaruga. "Bolas, devíamos ter ido com aquele grupo..." - pensava eu. Mas só até ela acabar a frase e dizer "...e um tubarão"... Glup!
(Mãe, não entres em pânico, o nosso instrutor disse que naquela zona só existem "tubarões do recife", que supostamente são pequenos e tímidos.) Vá lá que não foi nada comigo...

No caminho de volta serviram-nos fruta e tostinhas com queijo. Foi o melhor dia das férias e que esperamos um dia poder repetir :)

(to be continued)
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